Um Olhar Junguiano para a Clínica das Dificuldades Sexuais
A vivência da sexualidade pode trazer consigo infinitas possibilidades de prazer, mas também uma série de disfunções ou transtornos sexuais, como nomeados no DSM-5 (Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, Edição número 5, 2013), e em outras formas de classificação de doenças. Tais dificuldades emergem, conforme aponta a sexologia, ao longo da resposta sexual, que é como o corpo humano reage aos estímulos eróticos percebidos via imaginação e órgãos de sentido, e é composta por quatro fases, a saber: desejo, excitação, orgasmo e resolução. Há todo um corpo de conhecimentos em sexologia que propõe formas de diagnósticos, abordagem e tratamento das disfunções. Em Psicologia Analítica, no entanto, há escassez de literatura acerca da prática do sexo em si, apesar de o próprio JUNG trazer, em vários momentos de sua obra, reflexões e observações que muito nos auxiliam na compreensão clínica da temática. Este trabalho visa, portanto, mergulhar na literatura de Jung e junguianos a fim de tecer costuras entre as abordagens (a psicologia analítica e a sexologia), que possam auxiliar o trabalho clínico em psicologia profunda com as queixas que chegam aos consultórios acerca de dificuldades sexuais. Vale salientar, desde já, que tais queixas podem ser vistas como sintomas de algo que não vai bem na psique. É o corpo apontando o que a alma quer que saibamos e, como nos mostra HILLMAN, ouçamos com o coração, neste mundo almado, e adoecido.