Processo de Enveredações ou a ‘Gã’ de Dizer Sim ao Mundo
Carlos Bernardi
Sinopse: Por meio de um deslocamento o conceito de processo de individuação é rebatizado e chamado de processo de enveredações. Com este termo o autor quer enfatizar a importância da abertura ao mundo das experiências, enquanto a neurose seria um fechamento, aceitando seus desvios, sua incompletude, sua ambivalência, sem cálculos precisos. Todas essas questões foram tecidas em diálogo intenso coma a obra Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa.
Corpo-imagem e Individuação – Reflexões sobre a Presença do Corpo na Clínica Junguiana
Humbertho Oliveira
Sinopse: Este trabalho objetiva uma reflexão teórica sobre a participação do corpo em psicotwerapia no contexto de uma aproximação entre concepções da psicologia analítica e da psicoterapia somática. Procurando uma linguagem mais univoca para abordar essa ligação entre corpo e psique, o autor organiza, neste contexto, a noção de corpo-imagem-em-interação, uma compreensão mítico-corporal do processo de individuação. Descreve, aqui, algumas significativas contribuições da clínica junguiana do corpo e da psicoterapia somática. Alguns momentos clínicos são evocados, colocando em evidência as seguintes abordagens terapêuticas: fala, escrita, canto, narrativa e desenho; auto-massagem, autorretrato e poesia dos gestos; atuação do corpo-onírico, posturas e vivências ressonantes.
O Fazer Alma na Improvisação em Dança
Aline Fiamenghi e Liliana Liviano Wahba
Sinopse: Este artigo apresenta reflexões a cerca da experiência de improvisação em dança sob a perspectiva da alma proposta por James Hillman. Para o autor, alma não é uma substância, mas uma perspectiva, uma tarefa, a função de transformar eventos em experiências, a capacidade de reconhecer todas as realidades como fundamentalmente simbólicas ou metafóricas.
Navegantes em Mares Gregos – Interface mito, inconsciente e loucura sob perspectiva junguiana
Helena Maria de A. Capelini e Roger Naji El khouri
Sinopse: Neste artigo, propõe-se percorrer trechos dos caminhos do humano, como é possivel aos humanos. A escolha prévia é recolher, num ato de reconhecimento, fragmentos da ordenação mitológica, que tornou possível ao humano nomear suas angústias e inquietações fundadas em mistérios das relações interno-externo; eu-tu; consciente-inconsciente. Esse primeiro ato é seguido pelo esforço de desenhar traços que permitam trazer à tona aspectos do sentido da interface mito e inconsciente, mito e loucura, assumindo um olhar junguiano. Obedecendo-se à logica desse olhar, a mitologia nas sociedades primitivas é compreendida em sua função religiosa e instrumento central de interpretação holística do mundo, em que o humano não é individualizado. Outra parte essencial para a elaboração deste texto são alguns aspectos do processo civilizatório grego. Nele a demarcação dos espaços dos deuses e o espaço d o homem é notável. Nesse contexto instala-se a polarização entre razão e desrazão; consciente e inconsciente; deuses e homens. A transversalidade dos arquétipos também tem lugar nesta pesquisa. Como importante material para análise dessa complexa tematização, foram escolhidos mitos da Grécia arcaica, nomeadamente Prometeu, Orestes, Fedra e Medeia.
O Resgate do Mistério
Rubens Bragarnich
Sinopse: O autor historia os avanços da psicologia analítica e depara-se com o resgate do mistério como elemento fundamental do paradigma junguiano, condição que diferencia essa abordagem dos demais modelos de psicologia. Observa que o mistério se expressa na lógica da compensação cultural dos modelos vigentes desde a Antiguidade até nossos dias de massificação consumista e hiperindividualismo. Discute a impossibilidade de eliminar o mistério sem que haja uma artificialização epistemológica que afasta o homem do funcionamento real da vida psicológica e cultural. Finalmente, conclui que a psique pode ser sondável, mas incomensurável.
Dando Nome aos Búfalos: ‘vendo através’ das imagens arquetípicas em pacientesborderline
Marcelo Niel
Sinopse: O autor explora a relação com os conteúdos agressivos reprimidos de uma pacienteborderline e o mito do Minotauro, como um símbolo arquetípico que surge durante o processo terapêutico, podendo-se, a partir daí, estabelecer um elo e uma possibilidade de transformação dos sintomas em elaboração consciente.