10 abr BRIZA, Dulce Helena Rizzardo
Título: Um estudo arquetípico sobre A mutilação da alma Brasileira
Ano: 1996 | Orientador: Priscila Caviglia
Resumo:
As frequentes manifestações observadas no trabalho de consultório com figuras oníricas e fantasias de mutilação sob diversos aspectos e muitas situações arquetípicas constatadas em comportamentos individuais e coletivos em nossa sociedade motivaram o presente trabalho.
Tanto em nossa História como em nosso Imaginário- Curupira, Saci e Mula-sem-Cabeça aparece a mutilação simbólica e concreta, como a miséria, a doença, a falta de coragem, a falta de amor.
Partindo do princípio proposto por Jung- apoiado por sua vez em J. Burckhardt- de que a libido percorre sempre o mesmo caminho tanto o microcosmo ( indivíduo ) como na macrocosmo ( cultura ) e de que para ele – como para Nietzsche – o sujeito é um produto de sua cultura e, ainda, de que a cultura só se transforma com a mudança do indivíduo, este trabalho procura traçar um paralelo entre a mutilação existente na formação do indivíduo, da sociedade e na forma com que isso se expressa em nossa mitologia.
Salienta ainda que, para que haja uma mudança e um crescimento, é necessária a contribuição dos psicoterapeutas, que, ao lidarem com as mutilações, trabalham no âmbito individual e coletivo para que a Sombra seja integrada à consciência e os aspectos pertencentes ao masculino ( Animus ) sirvam para fazer com que o Herói ( Ego) ajude na liberação de aspectos femininos (Anima) positivos, que, se reprimidos na Sombra, costumam aparecer de maneira indiscriminada, destrutiva, obscura e demoníaca.
A conscientização levará o indivíduo e a sociedade à libertação dos “Pais Terríveis” fará com que a mutilação se reserva num efeito ritual iniciático, constelando então o arquétipo do Sacrifício.
E assim, donos de uma identidade, estaremos livres e amadurecidos para o exercício da cidadania e da democracia.